quinta-feira, 10 de março de 2011

Entrevista ao Blog: Psicologia no Esporte

Olá!

Segue entrevista minha e da Gisele ao Blog do Rodrigo Falcão sobre o nosso trabalho com o Rugby.

Espero que gostem!!!

Bjs a todos.


Entrevista – Gisele Silva e Fátima Novais.

Dando continuidade a série de entrevistas “Quem faz a psicologia do esporte?”. O Blog teve o prazer de entrevistar uma dupla. Segue abaixo o perfil de nossas entrevistadas e um pouco do relato de duas experiências.


Gisele Silva: Psicóloga, formada pela Universidade São Judas Tadeu; Especialista em Psicologia do Esporte pelo Instituto Sedes Sapientiae. Desde então, se dedica para a implantação da psicologia esportiva nos clubes que atua, sendo, Sociedade Esportiva Palmeiras e Seleções Brasileiras de Rugby (Union e Seven).

Fátima Novais: Psicóloga formada pela Universidade São Judas Tadeu. Especialista em Psicologia do Esporte pelo Instituto Sedes Sapientiae. Atuou em busca do alto rendimento com atleta de BMX Bike Vertical, com as equipes de natação de São Caetano, com as categorias de base do basquete da Sociedade Esportiva Palmeiras e com a Seleção Brasileira Masculina de Rugby XV. Atualmente vem desenvolvendo um trabalho com a Seleção Brasileira Masculina de Rugby Seven.

***

Blog -  Como e por que escolheram a psicologia do esporte para atuar? Conte-nos suas trajetórias?

Gisele: Todos os temas relacionados ao esporte sempre me chamaram atenção e, assim, percebi que o meu maior interesse estava relacionado à compreender como era para o atleta obter o seu melhor desempenho num ambiente cercado de cobranças e pressões. Ai veio a Psicologia do Esporte.

Fátima: Sempre tive paixão pela área do Esporte e da Psicologia. Cheguei prestar vestibular para Educação Física e não passei. Optei pela Psicologia. Ainda no segundo ano da faculdade descobri a Psicologia do Esporte e desde lá tracei como objetivo conhecer a atuar nessa área. A Psicologia Clínica foi me ganhando aos poucos e hoje trabalho nas duas áreas.

Blog - Como é o trabalho que vocês desenvolvem na Seleção Brasileira masculina de Rugby?

Gisele e Fátima: O nosso trabalho com os atletas tem dois focos distintos que se complementam. O primeiro é o trabalho individual com o objetivo de promover o autoconhecimento de cada atleta, pois quanto mais conhecimento ele tiver sobre si, maior será a condição de prever e controlar seu comportamento no ambiente esportivo; O acompanhamento individual também está direcionado para o desenvolvimento de estratégias psicológicas que possam contribuir no alto desempenho. E, o segundo, foca em trabalhar temas que estão relacionados à coesão do grupo. Alinhar a comunicação e metas grupais, entre outras, que farão a equipe alcançar o sucesso nos torneios que disputa.  O nosso trabalho também se expande para todos os membros da comissão técnica e diretoria da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby).

Blog - Como é trabalhar numa seleção nacional em que o esporte ainda é amador no Brasil e não possui representatividade e reconhecimento pelo grande público? Quais são os desafios que vocês enfrentam?

Gisele e Fátima: Para nós, trabalhar com a Seleção é a oportunidade de contribuir nesse processo de evolução da modalidade no Brasil. Iniciamos bem no período de transição de Associação para Confederação Brasileira de Rugby, acompanhamos o passo a passo desde o primeiro patrocínio e tudo que foi conquistado até agora e, por isso, acreditamos que esse reconhecimento já está acontecendo. O maior desafio é validar a importância do papel do psicólogo esportivo e, demonstrar através de um trabalho intensivo como as ferramentas especificas da área podem contribuir para auxiliar no equilíbrio emocional e na melhora da performance de cada atleta.

Blog - Quais expectativas de vocês com relação a inclusão do Rugby Seven nos jogos olímpicos no Rio de Janeiro em 2016?

Gisele e Fátima: A expectativa é que a evolução da modalidade continue em constante crescimento no Brasil. Temos a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho intenso que está sendo realizado pela Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) para viabilizar as melhores condições na preparação dos atletas nesse grande desafio. Acreditamos que através do empenho dos nossos atletas e das divulgações feitas pela mídia, os brasileiros (todos) poderão conhecer de perto essa modalidade que tem agora a oportunidade de mostrar seus reais valores. Quem pratica um esporte de alto rendimento sabe o quanto significa cada conquista até a vitória. Com Rugby não é diferente. Houve um grande período de “anonimato” por parte do público que, para os atletas participantes, foi nada mais que um período de fortalecimento dos seus sonhos. Agora chegou o momento e estão conseguindo mostrar o quanto estão evoluindo.

Blog - Além da Seleção de Rugby, vocês também atuam em outros esportes coletivos existem semelhanças  na atuação em diferentes modalidades?

Gisele e Fátima: Sim, são semelhantes, considerando que o objetivo de forma geral não é só o alto rendimento, mas também a promoção do bem estar psicológico do sujeito no ambiente esportivo.  Porém, o que vai modificar são as atividades a serem desenvolvidas em cada modalidade pelas questões e prioridades individuais que cada atleta ou cada equipe possui. No Palmeiras, o trabalho com a base está pautado no processo de formação do atleta.

Blog - Que tipo de estratégias vocês utilizam na preparação psicológica de atletas?

Gisele e Fátima: As estratégias partem do conhecimento do clube e sua filosofia. Em seguida realizamos um trabalho individual de conhecimento dos atletas. Para o trabalho em grupo utilizamos dinâmicas, discussão de temas e vídeos, relaxamento, trabalho de respiração, palavra-chave, mentalização, etc.

Blog - Quais são as principais dificuldades que vocês enfrentam (se é que elas existem) na diferentes áreas da psicologia do esporte que vocês atuam?

Gisele e Fátima: Dificuldades sempre surgem, mas não são impeditivas. Atualmente estamos apenas na área do alto rendimento e há uma diferenciação entre as categorias de base, categorias adultas e o atleta que busca algo individual na clínica. Talvez a maior dificuldade seja fazer compreender que a preparação emocional deve compor a grade cotidiana de treinamento do atleta buscando benefícios não apenas imediatos, mas sim, resultados eficientes a médio e longo prazo como o trabalho realizado para o desenvolvimento das demais habilidades envolvidas no processo de aprendizagem do atleta, sendo: técnicas, táticas e físicas.

Blog – Na opinião de vocês, qual é a importância da psicologia para atletas de alto rendimento?

Gisele e Fátima: Acreditamos que a Psicologia do Esporte possa colaborar muito para a administração dos níveis das emoções de forma que estas não interfiram de maneira negativa na evolução esportiva (rendimento físico, técnico e tático), e sim, promova a otimização do desempenho do atleta. Não considerar os aspectos psicológicos é não considerar o máximo desse atleta e, neste sentido, a psicologia do esporte pode ser um diferencial.
***

Seguem os dados para contato com as entrevistadas:

Gisele Silva: gimaria.silva@hotmail.com -  11- 9895.6908.
Fátima Novais: psicologa.fatimanovais@hotmail.com - 11- 9540-7101

Nenhum comentário:

Postar um comentário