domingo, 22 de julho de 2012

Jogos Mentais

Matéria da Folha de São Paulo do de hoje... Vale a pena ler!




Atletas e confederações do Brasil na Olimpíada incorporam psicólogos em suas equipes para melhorar performance.
Fisicamente, o atleta está voando, sua técnica nunca foi tão apurada, mas, na hora da decisão, de conquistar a medalha, ele falha.
Situações como essa se repetiram diversas vezes na história olímpica do Brasil. Em muitos casos, faltou sangue-frio, concentração, confiança ou até sobrou presunção.
Para tentar aparar essa aresta e deixar os competidores aptos a executarem tudo o que treinaram, confederações, clubes, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e até os próprios atletas têm incorporado psicólogos como integrantes de suas equipes.
"Se física e tecnicamente está tudo perfeito e o atleta não atingiu o resultado que poderia, então possivelmente um trabalho psicológico pode ajudar", diz Adriana Lacerda, psicóloga do judô.
O atendimento das judocas, por exemplo, foi reforçado após o Pan-Americano do ano passado, em Guadalajara. Apesar do favoritismo e do bom retrospecto internacional, nenhuma delas foi ouro.
As estratégias usadas por atletas e seleções que competirão em Londres são variadas. Alguns, como Diego Hypólito, procuraram a terapia por iniciativa própria.
"Eu me sinto muito menos pressionado agora. Não me cobrei tanto. Tem dois anos que eu tenho psicólogo. Ele inclusive está até aqui em Londres. Ele foi fundamental para eu me encontrar. Fazer análise é importante para qualquer pessoa", afirmou.
Nos Jogos de Pequim, há quatro anos, favorito ao ouro, o ginasta caiu no chão durante uma apresentação de solo que provavelmente o levaria ao primeiro lugar.
Na natação, o técnico Albertinho, de Cesar Cielo e Thiago Pereira, entre outros, procurou ajuda de uma psicóloga para elaborar um questionário em que avalia o estado de ânimo de seus nadadores durante a semana.
Com base nisso, ele entende como o atleta está se sentindo e qual é sua resposta a determinado treinamento.
Para a Olimpíada, o judô fez um trabalho até com os técnicos. Uma avaliação procurou averiguar de que maneira eles se expressam de forma verbal ou não verbal.
O objetivo é evitar que a atitude dos treinadores afete de maneira negativa a performance dos competidores.
A importância da atuação dos psicólogos é tão latente que o atletismo ainda tenta conseguir embarcar para Londres a profissional que trabalha com o time da BM&F.
O Comitê Olímpico Brasileiro, por sua vez, enviou aos Jogos sete psicólogos que já fazem trabalhos com atletas da delegação no Brasil e em eventos internacionais.
"A atuação deve ser pensada a médio e longo prazos, apesar de eventuais situações de emergência", afirmou Jorge Bichara, gerente de projetos especiais do comitê.

(DANIEL BRITO, EDUARDO OHATA, MARIANA BASTOS E MARIANA LAJOLO)

Bjs a todos!

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