sexta-feira, 18 de março de 2011

Liderança, Coesão Grupal e Formação de Equipe


Olá!

Mais um texto da minha monorafia.

Espero que gostem!!!

Bjs a todos!



Falar sobre liderança e coesão grupal é fundamental quando se pensa em equipes. O grupo é um dos fenômenos mais pesquisados em Psicologia do Esporte visto a importância que adquire o seu funcionamento no resultado da performance.
Para se tornar uma equipe esportiva o grupo deve passar por algumas etapas como: formação, agitação, normalização e atuação. A formação é o momento de familiarização entre os membros do grupo e sua estruturação; a agitação refere-se às manifestações das diferenças e dos conflitos, considerados como uma fase normal da evolução grupal. É também nessa fase que percebemos certa resistência ao líder que está se constituindo; na normalização é estabelecida a identidade grupal e são instituídas as normas e regras (nem sempre explícitas), ao passo que se observam atitudes de solidariedade e cooperação entre os membros; a atuação é o momento de realização da tarefa que pressupõe a existência da equipe.
Nesse sentido é importante que o grupo tenha interação, cooperação e tolerância em um constante processo de adaptação e estabilização. A diferenciação que se forma a partir desta integração também contribui para o fortalecimento da identidade grupal e de sua coesão.
Os valores técnicos individuais, a capacidade de coordenação das relações sociais e as lideranças efetivas são somas de valores que podem levar uma equipe a possibilidade de sucesso.
A coesão de uma equipe se dá quando existe uma determinação entre os membros em construir e perseguir objetivos. Desta forma, é necessário que exista um clima de confiança e cumplicidade estabelecido ao longo da convivência, sendo o bom resultado dependente muito mais da relação existente entre os membros da equipe do que o desempenho individual de cada atleta.
Cada um busca o seu papel na equipe e para isso se envolvem em comparações sociais, avaliando as forças e fraquezas uns dos outros.
A coesão é um processo complexo, dinâmico e variável ao longo do tempo, que não surge de repente e, por isso, deve ser trabalhada entre os atletas, permanentemente.
Os fatores pessoais são pontos relevantes no contexto esportivo, que podem afetar o desenvolvimento da coesão do grupo. Eles envolvem o motivo pelo qual cada um está participando da atividade e como está atuando nesse grupo, ou seja, se possui atitude, compromisso e satisfação para executar o que é proposto.
Uma equipe coesa também tem o seu líder e esse deve ser a pessoa que influencia os indivíduos e o grupo para a realização das tarefas estabelecidas. Ele promove relacionamentos interpessoais, fornece feedback, motiva e auxilia na tomada de decisão. Um líder necessita de estilo e comportamentos de liderança, além de manter um bom relacionamento com o grupo, ao passo que representa um papel importante para a coesão da equipe e deve sempre manter uma comunicação clara, consistente e direta com o grupo no que se refere aos objetivos, às tarefas e aos papéis assumidos pela equipe.
O domínio de uma pessoa em relação à outra é determinado pela capacidade carismática exercida pela figura dominante. O indivíduo que ocupa este lugar tende a ser idealizado e imitado pelos demais, pois a priori, é ele quem possui conhecimento e capacidade para perceber, instruir e aconselhar a respeito das habilidades necessárias.
O líder de uma equipe assume uma forma particular de autoridade, participando de forma ativa do processo de construção de normas e valores do grupo principalmente quando sua liderança surge espontaneamente. Desta forma, percebe-se que o líder representa uma grande influência nos demais membros da equipe, sendo imprescindível observarmos seu estilo de liderança para entendermos a dinâmica grupal.
Portanto, considera-se interessante para que ocorra uma liderança favorável que o líder tenha uma boa relação afetiva com o grupo, que a tarefa seja altamente estruturada e que a posição de poder do líder seja forte.
Com a equipe formada, a maturidade do grupo está à prova, pois cada um deve saber o seu papel e o de cada companheiro. Nesse período a solidariedade e a cooperação devem substituir a disputa e a agressividade. Há uma soma de esforços que tornam a equipe mais produtiva.
A literatura (Machado, 2006; Weinberg e Gould, 2001; Rubio, 2003; Becker, 1998; Pichon-Rivière, 1986), nos deixa claro que para se obter um grupo propício a resultados é necessário certa habilidade dos membros do grupo em desenvolver uma relação de afetividade e interação entre si.
Em um grupo verdadeiramente operativo, cada indivíduo sabe o seu papel específico e o desempenha de acordo com as leis da complementaridade, mostrando-se assim um grupo aberto à comunicação, em pleno processo de aprendizagem social e em frequente relação dialética com o meio.
Acredita-se que quanto mais coeso for o grupo mais eficaz ele será. A grande questão, porém, tem sido como conseguir atingir este grau de afetividade. Trata-se do desenvolvimento de padrões de intervenção que possibilitem o manejo de situações onde a interação e o estreitamento das relações favoreçam a formação do vínculo.

Referências:
BECKER JUNIOR, B., SAMULSKI, D. Manual de treinamento psicológico para o esporte. Feevale: Novo Hamburgo, 1998.

MACHADO, A. A. Psicologia do Esporte: da educação física escolar ao esporte de alto nível. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

SILVA, F. N.: Sobre o processo de formação de vínculo em uma equipe de corrida de aventura. Monografia (Especialização em Psicologia do Esporte). Instituto Sedes Sapientiae. São Paulo, 2009.

PICHON-RIVIÈRE, H. O processo grupal. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986.

RUBIO, K. Psicologia do esporte aplicada. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

WEINBERG, R. S., GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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